Professores de São Desidério vão paralisar pelo pagamento do piso salarialBlog Bahia (O Portal de Notícias do Oeste Baiano)


13 de fev. de 2023

Professores de São Desidério vão paralisar pelo pagamento do piso salarial

 

Em protesto pelo pagamento do piso salarial do Magistério, os professores decidiram paralisar as atividades nesta segunda-feira

O reajuste do piso salarial nacional para os professores deste ano cumpre a quantia determinada pela Lei nº 11.738/2008, que estabelece que o piso salarial da categoria deve ser reajustado todos os anos, sempre em janeiro. Conforme anúncio feito por Camilo Santana, ministro da pasta, o piso salarial dos professores passará dos atuais R$ 3.845,63 para R$ 4.420,55, um reajuste de quase 15%. A portaria interministerial que estabelece o aumento do valor mínimo que deve ser pago aos professores (nº 17/2023) foi publicada em 17de janeiro, oficializando a medida.

Embora o reajuste seja oficializado no âmbito ministerial, o repasse é feito pelos entes federativos – estados e municípios. Aprovado no fim de 2020 e em vigor desde 2021, o fundo ampliou os recursos do governo federal para a educação. O valor total do Fundeb em 2021 foi de R$ 179 bilhões. Para 2022, foi de R$ 254,9 bilhões. Para 2023, é estimado em R$ 261,5 milhões. Em 2021, a contribuição da União para o Fundeb passou de 10% para 12%. Em 2022, foi para 15%. Em 2023, chega a 17%. Em 2024, irá a 19%. Em 2025, atingirá 21%. Até chegar a 23%, em 2026.

O prefeito José Carlos de Carvalho , em pronunciamento na Rádio Vale do Rio Grande, de Barreiras-BA, no último dia 03, declarou que só irá conceder o reajuste dos profissionais depois de processo avaliativo com turmas de estudantes do ensino fundamental anos iniciais e finais, o que deixou os profissionais indignados.

Nós faremos a avaliação do desempenho dos nossos alunos e dependendo do desempenho, aí sim nós vamos ver qual o aumento que vamos dar para os nossos professores, considerando que a gente já paga acima do piso, que hoje está em 4.920”, declarou José Carlos à rádio.


Prefeito Zé Carlos

De acordo com o prefeito, será realizada uma avaliação dos alunos do 3°, do 5° e do 9° ano no mês de abril. “Já estamos contratando uma empresa para fazer todo o processo, inclusive a aplicação das provas, quem vai fazer a aplicação das provas não é a prefeitura, estamos contratando uma empresa que tenha nohall, que saiba qual o conteúdo, faremos isso no mês de abril e ai dependendo do resultado vamos dialogando com os professores sobre reajuste. Nós pagamos salários bons para os professores, damos melhores condições de trabalho, agora a gente precisa também trabalhar resultados”, concluiu o prefeito.

Diante desse fato, a APLB Sindicato, representante legal da categoria, vem tentando um diálogo com o gestor municipal para questionar sobre as diretrizes legais para pautar a decisão. De acordo com o sindicato, o prefeito não atende aos ofícios encaminhados e, por isso, os professores/as da rede pública municipal de São Desidério, Bahia, decidiram paralisar as atividades nesta segunda-feira (13/02), data de início do ano letivo local, em protesto pelo pagamento do piso salarial do Magistério. De acordo com a direção da APLB-Sindicato no município, “a prefeitura local se nega a conceder o aumento salarial previsto em lei, de 14,95%, condicionando a atualização do piso ao desenvolvimento dos alunos.”

No último dia 7, em assembleia geral realizada pela APLB, os profissionais de ensino decidiram interromper as atividades por considerarem absurda a proposta do prefeito. “A categoria não aceita a forma de reajuste anunciada pelo executivo, isso é um verdadeiro desrespeito aos nossos direitos”, declarou Keliane Carvalho, dirigente regional da APLB”.

A equipe do Falabarreiras tentou falar com o prefeito José Carlos, não conseguiu, mas fez contato com sua secretária para saber o que o prefeito tem a declarar sobre o caso, mas até o final dessa reportagem, não obteve resposta.


Fonte: Blog Bahia  / Fala Barreiras

Nenhum comentário:

Postar um comentário