Barreiras: UFOB detecta variante Ômicron e casos de FluronaBlog Bahia (O Portal de Notícias do Oeste Baiano)


14 de fev. de 2022

Barreiras: UFOB detecta variante Ômicron e casos de Flurona

 Com tecnologias próprias, UFOB assume vanguarda na epidemiologia molecular de vírus….


]Visão geral

Um trabalho coordenado pelo Prof. Dr. Jaime Henrique Amorim, biomédico do CCBS-UFOB, gerou tecnologias capazes de detectar de forma rápida, simultânea e com baixo custo, os três principais vírus respiratórios circulantes no Brasil neste momento: SARS-CoV-2, causador da COVID-19; Influenza A e Influenza B, causadores da gripe, sendo o primeiro, o tipo causador da gripe mais grave. Além disso, a pesquisa desenvolveu uma tecnologia para identificar um painel de mutações genéticas presentes nas principais variantes de SARS-CoV-2 sem a necessidade de sequenciamento genético, levando à identificação da variante, como a Ômicron, de forma rápida e barata.

Equipe e parcerias

O trabalho é desenvolvido no contexto de teses das estudantes de doutorado, Jéssica Pires Farias (biomédica), Josilene Ramos Pinheiro (bióloga) e de dissertações das estudantes de mestrado, Mayanna Moreira Costa Fogaça (biomédica) e Patrícia da Silva (biomédica). Os controles e parte dos reagentes utilizados no desenvolvimento e validação das tecnologias foram adquiridos com parceiros da Unicamp e Biomanguinhos (FIOCRUZ). Amostras para validação em campo foram coletadas de pacientes com sintomas gripais da cidade de Barreiras, no período de 26 de janeiro de 2022 a 09 de fevereiro do mesmo ano, em parceria com a Vigilância Epidemiológica municipal. Todas as amostras foram analisadas no Laboratório de Agentes Infecciosos e Vetores, do CCBS-UFOB.

Resultados

Foram analisadas amostras de secreção nasofaríngea de 113 pacientes. Destes, 57 (50,44%) eram positivos para o SARS-CoV-2, quatro (3,57%) positivos para Influenza A e dois (1,76%) positivos para SARS-CoV-2 e Influenza A de forma concomitante. Estes últimos, têm sido chamados popularmente de “flurona”, terminologia advinda do inglês que significa infecção por influenza (da gripe) e coronavirus (da COVID-19) ao mesmo tempo. Tais resultados foram possíveis graças ao desenvolvimento e validação de painéis moleculares capazes de detectar o material genético de cada tipo de vírus de maneira específica, em sistemas adaptados à técnica de RT-qPCR, que já vinha sendo utilizada para diagnóstico da COVID-19.

Além disso, o grupo tem trabalhado no desenvolvimento e validação de painéis moleculares capazes de identificar mutações específicas no SARS-CoV-2, também baseados na RT-qPCR. Com isto, foi possível verificar que mais de 70% das amostras positivas para SARS-CoV-2 são da variante Ômicron, já famosa e disseminada mundialmente. Agora já sabemos que a Ômicron chegou ao oeste baiano. Os resultados serão confirmados por meio do sequenciamento de genoma completo dos vírus nas próximas semanas.

Importância e perspectivas futuras

O estudo de monitoramento molecular dos vírus continuará e estará acoplado a um estudo maior com o intuito de entender a razão deste novo levante epidêmico da COVID-19 na cidade de Barreiras, que já conta com a maioria da população imunizada. Durante as coletas de secreção nasofaríngea os pacientes atendidos pelo serviço especializado da UFOB são convidados a participarem da pesquisa e doam amostras de sangue para análises de anticorpos. A ideia é cruzar os dados clínicos, epidemiológicos, sorológicos e da identificação viral, buscando entender porque temos uma nova onda de COVID-19 na região. O grupo também trabalha no desenvolvimento de métodos para diagnóstico e estudo molecular de arbovírus, como os causadores da dengue, zika e chikungunya.

Financiamento

A pesquisa conta com apoio financeiro do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, Instituto Serrapilheira e Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientifico e Tecnológico.

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